92,08% dos alunos beneficiários foram acompanhados na educação no quarto período
Gestões municipais devem ficar atentas às famílias com estudantes em descumprimento de condicionalidades e àquelas com alunos não localizados no acompanhamento da educação
O acompanhamento da frequência escolar dos beneficiários do Programa Bolsa Família (PBF) alcançou resultados positivos no quarto período de 2019, referente aos meses de agosto e setembro: dos 13,64 milhões de estudantes que fizeram parte do público para acompanhamento, 12,56 milhões foram acompanhados, o que representa uma cobertura de 92,08%.
Trata-se do melhor resultado do ano de 2019.
Apesar do bom resultado, seis municípios não atingiram a meta mínima de 30% de acompanhamento para recebimento do IGD-M. Dessa forma, esses municípios ficarão sem receber o recurso referente aos meses de novembro e dezembro de 2019. É importante que todas as coordenações estaduais e gestões municipais do PBF fiquem atentas ao acompanhamento dos beneficiários em seu território para que tenham informações sobre possíveis dificuldades enfrentadas pela equipe municipal da educação.
Cumprimento das condicionalidades e motivos de baixa frequência
A presença em sala de aula está entre os compromissos assumidos pelas famílias ao ingressar no Bolsa Família. A frequência escolar mensal deve ser de, pelo menos, 85% para crianças e adolescentes de 6 a 15 anos, e de 75% para adolescentes que recebem o Benefício Variável Vinculado ao Adolescente (BVJ). Do total de 12,56 milhões de alunos acompanhados, 93,61% em agosto e 94,24% em setembro cumpriram a condicionalidade de educação. Dessa forma, percebe-se que o Bolsa Família reforça a importância da educação na vida das famílias beneficiárias, contribuindo para a inclusão e a permanência de crianças e adolescentes na escola.
Todavia, embora seja um número pequeno, é importante ficar atento aos estudantes que tiveram registro de descumprimento de condicionalidades. O descumprimento de condicionalidades indica que as famílias beneficiárias do Bolsa Família podem estar enfrentando alguma situação de vulnerabilidade que está dificultando o acesso aos serviços de educação e de saúde. Por isso, a ação do poder público deve ser no sentido de atuar junto a essas famílias para auxiliá-las a voltar a acessar seus direitos e, assim, cumprir as condicionalidades. Isso é possível por meio do trabalho intersetorial entre as áreas de educação, saúde e assistência social, além da inclusão dessas famílias nos serviços socioassistenciais no âmbito do Sistema Único de Assistência Social (SUAS).
Importante chamar atenção para o adequado registro dos motivos da baixa frequência escolar, já que esse registro permite identificar situações de vulnerabilidade social vivenciadas pelas famílias ou problemas na oferta dos serviços no território e orientar a atuação do poder público. É importante que as gestões municipais do PBF na educação sensibilizem as escolas para a correta identificação dos motivos pelos quais os alunos estão tendo baixa frequência. Atualmente, o motivo mais marcado (cerca de 35%) no Sistema Presença é “Motivo da baixa frequência não foi informado”. A não identificação do motivo adequado, além de prejudicar a realização de um diagnóstico mais preciso da situação que as famílias estão vivenciando, gera maior demanda pela apresentação de recurso junto à gestão municipal para contestar a aplicação dos efeitos de descumprimento de condicionalidades. Muitos motivos de baixa frequência escolar não acarretam efeitos para a família e caso fossem corretamente marcados não gerariam a necessidade de apresentação de recurso.
ATENÇÃO! Já está aberto o prazo para registro de recurso no Sicon relativo ao descumprimento de condicionalidade da repercussão de novembro.
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Alunos sem informação da frequência escolar
Um outro dado importante a ser observado nos resultados de acompanhamento das condicionalidades de educação é o número de alunos que não teve a frequência registrada no Sistema Presença/MEC. A maior parcela é composta por beneficiários que não foram identificados em nenhuma escola no Sistema Presença/MEC – os chamados “não localizados”.
Os “não localizados” merecem uma atenção especial porque, embora essa situação possa indicar apenas uma transição de escola ainda não captada pelo Sistema, ela pode sugerir também uma situação mais grave: a possibilidade de o beneficiário estar fora da escola. Nos meses de agosto e setembro de 2019 não se obteve informação da frequência escolar de cerca de um milhão de beneficiários. Desses, quase 750 mil foram considerados “não localizados”.
A partir de 2018, esse dado se tornou ainda mais relevante devido à publicação da Instrução Operacional Conjunta nº 26 Senarc/SNAS/MDS e Secadi/MEC, que estabeleceu os procedimentos adotados para o caso de famílias beneficiárias do PBF com integrantes em idade escolar identificados como “não localizados” (NLOC) no Sistema Presença/MEC.
O público da ação de não localizados é formado por todos os beneficiários que estiverem identificados como “não localizados” (NLOC) no Sistema Presença/MEC, ao final de cada período de acompanhamento da educação. Resumidamente, serão realizados os seguintes procedimentos, de acordo com a quantidade de vezes consecutivas que o mesmo integrante da família se encontre na situação de “não localizado”:
Para que a família saia do público da ação de NLOC, a informação sobre o vínculo escolar do integrante identificado como “não localizado” deve ser atualizada no Sistema Presença/MEC. Essa é a forma mais rápida e garantida de que a situação do aluno será resolvida. A atualização da escola no Cadastro Único também é importante, mas esses dados não são transmitidos ao Sistema Presença/MEC a tempo de resolver a situação da família. Por isso, é fundamental que a informação do vínculo escolar chegue ao responsável pelo preenchimento do Sistema Presença no município, em geral o Coordenador Municipal do PBF na Educação, mesmo que haja a atualização do Cadastro da família.
O Departamento de Condicionalidades tem recebido diversas demandas pela Central de Relacionamento e pela Ouvidoria do Ministério da Cidadania sobre como proceder com alunos que estão comprovadamente sem vínculo escolar, como alunos que concluíram o ensino médio ou alunos com deficiência que não estão frequentando a escola porque não há oferta de atendimento educacional especializado, por exemplo. Nesses casos, lembramos novamente da importância da marcação adequada dos motivos no Sistema Presença/MEC. Para esses casos, podem ser marcados os motivos “72g – beneficiário concluiu o Ensino Médio” e o motivo “72h – inexistência de atendimento educacional especializado para beneficiário com deficiência/necessidade educacional específica”, respectivamente. A lista de motivos da educação compreende uma gama de situações e deve ser marcado o motivo que mais se aproxime da realidade do aluno. É importante que a gestão municipal do PBF, a coordenação municipal do PBF na educação e os responsáveis pelo acompanhamento e pelo registro das informações no Sistema Presença/MEC estejam familiarizados com essa lista. Ela está disponível em: https://www.mds.gov.br/webarquivos/arquivo/bolsa_familia/Motivos_baixa_refrequencia.pdf
O Sistema Presença/MEC abre para registro das informações de acompanhamento da frequência escolar do quinto período de 2019, referente aos meses de outubro e novembro, em 01 de dezembro de 2019. É importante que as áreas da gestão do Bolsa Família e da coordenação municipal do PBF na educação se comuniquem para garantir que as informações do vínculo escolar dos alunos não localizados sejam atualizadas até o dia 20 de dezembro de 2019 no Sistema Presença/MEC, prazo final para registro do acompanhamento do quinto período.
A lista dos beneficiários identificados como “não localizados” no bimestre de agosto/setembro está disponível no Sistema de Gestão do Programa Bolsa Família (SIGPBF), na área de transmissão de arquivos. Neste arquivo é possível verificar o número de períodos consecutivos que o beneficiário está como “não localizado” e os que chegaram ao bloqueio do benefício.
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