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Revista abre oportunidade para população em situação de rua de Brasília
INCLUSÃO SOCIAL
Brasília – Durante 28 anos, as ruas de Brasília eram a casa de Davi Silva dos Santos. Com conflitos familiares, ele optou ir para a rua, trabalhando como engraxate e guardador de carros. “A maioria das pessoas que vivem na rua, às vezes, têm até condição em casa. Mas vai acostumando com a dinâmica rápida da rua.”
Durante uma visita ao Centro de Referência Especializado para População em Situação de Rua (Centro Pop), Davi foi convidado a participar do projeto de inserção social, a Revista Traços. A publicação mensal promove iniciativas culturais do Distrito Federal, com matérias e entrevistas relacionadas à cultura.
A revista é comercializada por moradores de rua, chamados de porta-vozes da cultura, e foi vendida durante a 10ª Conferência Nacional de Assistência Social. Cada exemplar custa R$ 5, dos quais R$ 4 fica com o vendedor. Com o valor restante, o vendedor compra um novo exemplar, formando um ciclo de geração de renda. Os escolhidos foram capacitados em oficinas de jornalismo, fotografia, vendas e outros temas.
Atualmente com 36 anos, Davi ainda está na rua, mas o trabalho na revista já tem rendido bons resultados. “Sou cantor. Agora estudo música e já consegui comprar um violão. Tenho até proposta de ir para o Clube do Choro”, conta orgulhoso.
Maria Aparecida Ribeiro dos Santos também é uma porta-voz da cultura da Revista Traços. Mãe de seis filhos, ela está fora de casa desde os três anos de idade. Quando foi convidada para participar do projeto, Maria viu a oportunidade de trabalho que gostaria. “Já consegui alugar uma casinha e ficar mais tempo com os meus filhos. Recebi essa oportunidade de braços abertos”, afirma. A renda da família é complementada pelo Bolsa Família. “Uso esse dinheiro só com meus filhos.”
A Revista Traço já está na segunda edição. Davi disse que a publicação foi um sucesso entre os participantes da conferência. O cantor espera que a conferência tenha resultados para a população de rua. “Vi algumas discussões na Conferência. Sei que daqui vão sair coisas para ajudar a gente. O que eu mais queria é que todos nós pudéssemos ter uma casa.”
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